As crias de Madonna

Mesmo com toda a história pregressa de sexo, drogas, relacionamentos, filmes e música, a verdade é que nunca se falou tanto em Madonna. Pelo menos em território tupiniquim, a rainha do POP é tema de conversas, livros, blogs e muito mais.
Após completar 50 anos, é de se questionar como a cantora/atriz consegue se manter sempre em alta no que se refere à cultura POP em geral. Ao contrário de outros ídolos com uma longa carreira estabelecida (cujo exemplo mais gritante e chocante é seu compatriota Michael Jackson) e de novos "talentos" que se esforçam por chocar a qualquer custo, Madonna sempre conseguiu se manter, pelo menos à primeira vista, incólume. Afinal de contas, outras celebridades como Britney Spears e Amy Whinehouse, só para citar o mais óbvio, hoje são mais conhecidas por suas bizarrices e barracos em público do que por sua "obra". Por que?
Na minha opinião, a primeira coisa é força. Sobreviver a essa indústria (embora a expressão seja batida, não há como escapar a ela) não é fácil. Deve-se criar anticorpos contra o assédio excessivo, contra os paparazzi, contra as críticas negativas.
Em segundo lugar, é uma questão de inteligência. Não estou duvidando da capacidade intelectual dos novos "talentos" da música internacional (embora exemplos para me embasar pululem a todo instante), mas Madonna não se manteve em cima de sua pilha de fama e dinheiro por sorte. Nem pela qualidade de suas músicas ou filmes, que, embora sejam divertidos, não primam pela originalidade. Fato é que a cantora sabe se auto-promover como ninguém, sabe se reinventar e se colocar no foco de tudo o que está na moda na atualidade E, mais chocante de tudo, vem fazendo isso pelas últimas duas décadas!
Por fim, trata-se de um sentido de auto-preservação. Madonna sempre se mostrou. Mostrou seu corpo, sua libido, sua família; mas sempre esteve no controle. Ela mostra o que quer, ao contrário de Britneys, Amys e Lilys... E aí é que está o grande trunfo da cantora! O interesse do público sempre é mais atiçado por aquilo que não é mostrado (e é isso o que diferencia o erótico da pornografia); por comparação, Madonna seria erótica e Britney seria apenas pornográfica. E a pornografia é passageira... Afinal, o que é mais divertido, especular se Madonna usa drogas, se tornou-se homofóbica, se tem um caso com um atleta ou ver Amy com a cara deformada em um site de notícias com a manchete "Mais uma overdose"?
Por essa e por outras, Madonna é insubstituível como ícone POP. Seja seduzindo o público em um vestido virginal ao som de Like a Virgin, seja como ditadora da moda em Vogue, seja cantando com Justin Timberlake, a material-girl continua e (pela falta de herdeiras à sua altura) continuará agitando o público, criando filas imensas em estádios e tuo o mais.
Você pode não gostar de Madonna; pode não gostar de sua música ou achar seus filmes abaixo da crítica; mas não pode ignorá-la. E é por isso mesmo que ela (ainda) é Madonna!