terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Presente de Natal

Como presente de Natal, a equipe da Cantina separou o trailer, feito por um aficcionado fã do antigo desenho dos ThunderCats, de como o filme dos gatunos do trovão deveria ser feito...
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Há que se reconhecer o mérito do indivíduo. Além de pintar as caras de astros como Brad Pitt, Hugh Jackman e companhia, frame a frame, ele fez o mais difícil: encontrou utilidade para filmes como "Tróia", "A Batalha de Riddick" e "Garfield"!!!!
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Bom Natal!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Vicky e Cristina tentam, mas só dá Maria Helena!

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Depois de um breve recesso, a Cantina reinicia seus trabalhos! Desta vez, nos arriscamos a ver o novo filme do diretor Woody Allen, "Vicky, Cristina, Barcelona". O risco se explica: o filme foi encomendado pela cidade de Barcelona (o que nos passa a idéia de uma obra panfletária, do tipo "venha nos conhecer"); além disso, corria-se outro risco, que atende pelo nome de Penélope Cruz. Muitos a idolatram, a acham uma excelente atriz, mas, na Cantina, ela vai ser sempre lembrada pelo insípido "Vanilla Sky" e pelo inassistível "Sabor da Paixão"!
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E qual não foi a surpresa ao nos deparamos com um ótimo filme!
Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlet Johanson), amigas de faculdade e com gênios diametralmente opostos, vão a Barcelona procurando por algo novo, algo que modifique suas vidas. E encontram, na figura do pintor Juan Antonio (Javier Bardem).
Vicky é a centrada, a correta e neurótica (a contraparte cinematográfica de Woody Allen, típica de quase todos os seus filmes) e, surpreendentemente, cai primeiro na rede de Juan Antonio, mesmo às vésperas de se casar com um homem correto, decente e, por isso mesmo, sem-graça. Logo depois é a vez de Cristina, que procura algo que não sabe o que é. Depois de se instalar com o pintor, sua vida parece ter seguido finalmente o rumo certo. Até que entra em cena Maria Helena (Penélope Cruz), a mentalmente instável ex-mulher de Antonio.
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E aqui realmente o filme toma as cores da cidade e passa a se tornar o que se pretende dele. A personagem de Maria Helena, interpretada com vontade e paixão por Cruz, torna os personagens e o próprio filme, mais interessantes. Sem ela, percebe-se a mediocridade em que vivam todos. Ela é o gênio, a musa, a motriz do filme.
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Por um momento parece que estamos assistindo a um filme de Pedro Almodóvar, tamanhos os matizes que Allen toma emprestado. Sobretudo na caracterização dos personagens. Assim como o diretor espanhol costuma fazer, este é um filme feminista e feminino.
De acordo com a trama do filme, os homens têm duas opções: ou se conformam em ser o cara "bonzinho", cujo casamento resultará numa inevitável monotonia; ou ocupam-se em ser charmoso e sedutor, e, por isso mesmo, ser abandonado por todas as mulheres à sua volta.
Há na verdade, uma terceira opção, que o filme deixa implícita: procurar uma Maria Helena, para dar mais cor à sua vida...

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A pequena alegria

Little Joy, novo projeto de Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Fabrizio Moretti (bateirista da banda Strokes) e da cantora norte-americana Binki Shapiro, teve seu primeiro CD lançado recentemente. E, é claro, a Cantina ouviu o lançamento. De cabo a rabo...
O disco começa com a simpática "The next time around" e você já começa a perceber que a grande influência da banda é mesmo os Hermanos tupiniquins. A não ser pela letra em língua inglesa, poderia muito bem tratar-se de uma nova música de Marcelo Camelo e cia.
"Brand New Start", segunda música do disco, traz uma melodia mais palatável. A voz de Amarante casa perfeitamente com o arranjo de Moretti, e os backing vocals dão o tom perfeito a essa balada.
"Play the part" investe numa melodia mais fluida, com referência aos Beatles e ao som sussurrrado. E aqui, só da Amarante...
"No one´s better sake" mistura o gingado vislumbrado em algumas das música do último CD do Los Hermanos à escola seguida pelos Strokes, com o pulso firme na batera de Moretti. "Unnatainable", ao contrário, é o terreno de Shapiro; sua voz afinada e seus agudos (muito utilizados hoje em dia por cantoras como Lenka e Regina Spektor) dão o tom dessa música agradável, ma que não traz nenhuma surpresa.
Chegando quase ao fim do disco, temos a bela "With Strangers" e "Keep in mind", esta última sim o casamento perfeito entre Amarante e Moretti.
A última música, "Evaporar" é o final perfeito para esse lançamento, com Amarante sozinho ao violão, cantando, finalmente, em português.
Em resumo, "Little Joy" é daquelas bandas para se ouvir numa viagem tranqüila, em ambientes a dois, em conversas filosóficas com os amigos. Não há nada de novo, nenhuma grande surpresa, nenhum estouro... O que não quer dizer que o som da banda não seja cativante e completamente delicioso...



terça-feira, 18 de novembro de 2008

O realismo fantástico


Quando "The OC" começou a fazer sucesso na TV americana, a MTV gringa teve a brilhante idéia de pegar carona nos dramas adolescentes dos playboys da Califórnia e lançou a versão real, intitulada "Laguna Beach". As histórias, passadas como reais para o público, incluiam triângulos amorosos, patricinhas comprando roupas, carros e o que de mais fútil aparecesse.
Apesar de insosso, o reality serviu como alerta para pais e responsáveis de como a juventude gastava seu tempo, sua grana e seus (talvez poucos) neurônios...
Passado algum tempo, "Laguna Beach" cansou e a MTV já tinha algo engatado. Trata-se de "The Hills", que se foca na vida de Lauren Conrad, que deixa as praias ensolaradas da Califórnia para tentar a vida em Los Angeles. Lá ela conhece mais pessoas, arruma um emprego, matricula-se numa faculdade. Mas todo o drama e toda a futilidade estão lá...
A verdade é que tanto "The Hills" como seu antecessor não tem quase nada de real. As conversas são ensaiadas, brigas devem ser repetidas em frente às câmeras. Até mesmo quando da greve dos roteiristas em Hollywood, o show foi suspenso temporariamente (e, se estamos mesmo diante de um reality show, por que roteiristas seriam necessários?).
A verdade é que o que sustenta toda a atração é sua protagonista. Ao contrário das outras patricinhas de Laguna Beach, Lauren parece ter alguns neurônios a mais. Parece ser mais real (porém não muito, ou o show seria arruinado) e parece ter mais a dizer. A câmera a adora, sua presença é cativante.
É por ela, e talvez por uma edição ágil e por uma trilha sonora pop competente, que "The Hills" passa a ser quase um vício... Quando você percebe, já está realmente ligando para os pequenos dramas da vida dessas patricinhas...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

E o nome ainda é Bond...

Quem entrar na sala de cinema na correria ou sem prestar muita atenção, pode achar que entrou no filme errado. Isso porque o novo filme do agente secreto mais conhecido e filmado da história não lembra em nada os sucessos dos filmes anteriores. Afinal, quando se fala em 007, pensa-se imediatamente em carros, bebidas, belas mulheres (que Bond conquista com cantadas quase patéticas) e em apetrechos inusitados. Mas esse não é o caso nesse "Quantum of Solace".

Já na primeira cena, vemos uma perseguição automobilística competentemente filmada e a destruição do BMW do agente. Depois disso, o filme segue em ritmo vertiginoso a busca vingativa pelos responsáveis pela morte de Vésper (Eva Green, em "Cassino Royale"). James Bond não lembra em nada os outros Bond´s. Parece o irmão mais velho de Jason Bourne, outra franquia que provou que os filmes de espões podem funcionar...

Se a nova abordagem do agente (convenientemente remodelado para alcançar a juventude) causa estranhamento, à princípio, ele se desfaz nas cenas de ação quase ininterrupta em que o filme segue... Tanto roteiristas quanto diretor parecem ter aprendido a lição e não repetem os erros de seus antecessores. Porque, se você for assistir a um 007 antigo ou a um "Missão Impossível", vai perceber que a trama mirabolante para dominação mundial é explicada quase didaticamente a cada pausa na ação, para que saibamos o que se passa. Aqui, não há muitas explicações. E, mesmo que você tenha perdido "Cassino Royale", é fácil seguir a linha narrativa sem se perder.

James Bond é mais taciturno, mais brutal e, por isso, mais eficiente. Sua licença para matar é levada à última instância. Além disso, Daniel Craig consegue fazer um Bond mais humano, que sangra, quando é atingido...

Mas a ess}encia atinda está lá: ação, espionagem, viagens por todo o mundo. Com isso tudo, ficamos com a ligeira impressão de termos sido enganados por algum tempo: afinal, esse é um filem digno de James Bond. E os outros, o que foram?

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O Irã também é Pop


Marjane Satrapi foi uma exceção no Irã das décadas de 70 e 80. Criada por uma família engajada politicamente e com uma formação acadêmica laica, ela viu as repetidas revoluções devastarem seu país. E, com criatividade, crítica e humor, resolveu contar sua história...
"Persépolis" é uma coleção dos cartoons da autora quando esta se mudou definitivamente do Irã; um país destroçado pela guerra, pelo autoritarismo e pela intransigência totalitarista. O livro é contado do ponto de vista da autora e segue a narrativa à medida que Marjane cresce e se dá conta de si mesmo e do mundo que a cerca.
A infância é cheia de nostalgia e humor; mas um humor agridoce e inocente. Quando ela se muda para a Europa e passa a encarar o preconceito e os desafios de uma adolescente exilada, o tom das tiras muda: torna-se mais sério e mais contundente.
De qualquer modo, o livro mostra como a cristividade, a crítica e o humor são capazes de modificar uma vida, ou mais. "Persépolis" é, por isso mesmo, um livro chjeio de referências pop, cheio de graça e conflitos. O formato caricatural serve de contraponto a uma história densa e difícil de ser contada, se outro modo narrativo fosse escolhido.
Fica a dica para quem se interessa pela cultura oriental, para quem gosta de literatura ou simplesmente para quem quer ler uma boa história. Com esse relato, Marjane conseguiu justamente o que queria: tocar pessoas e esclarecer sua origem e sua cultura.
É um alívio poder entrar em contato com esse universo sem ter que ler histórias pesadas, cheias de clichês melodramáticos, como os encontrados em "O caçador de Pipas", por exemplo...
Por isso, leia "Persépolis"!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A evolução das "teen series"

Com a nova versão de "Barrados no Baile" chegando ao Brasil na próxima semana, nada mais justo que tentar entender a cronologia e a evolução das séries voltadas ao público jovem... E tudo começa num lugar muito, muito distante, conhecido como a década de 90...



Na famigerada década de 90, Aaron Spelling criou a primeira série de TV voltada ao público jovem. Em "Beverly Hills 90210", Brendon e Brenda Walsh chegavam à cidade título e tinham de se adequar aos novos amigos e às novas experiências.
Muito criticada na época, já que alguns atores já beiravam os 30 anos de idade e mal lembravam estudantes do segundo grau. De um jeito ou de outro, Brendon e seu indefectível topete conseguiram permanecer no ar por muitoas anos, perdendo a maior parte do elenco original.
Vale a pena notar a presença de Tori Spelling, que vivia a jovem Donna, que resistia às investidas de seu namorado e só foi perder sua virgindade no meio da série, quando ambos já estavam na faculdade. Curioso notar como esse tema marca as séries e nos permite ver a evolução dos temas abordados e do próprio comportamento da juventude. Isto porque o exemplo de Donna não se repetiria em nenhuma outra série...



Em "Dawson´s Creek", acompanhávamos a juventude tranqüila de uma turma de jovens que viviam na fictícia Capeside. Dawson era um jovem aspirante à cineasta, apaixonado pela recém-chegada Jen e alheio ao amor nutrido por sua vizinha e amiga de infância, Joey (a futura senhora Cruise).
A série inovou por ser a primeira a tirar um personagem do armário e a mostrar o primeiro beijo gay da TV norte-americana.
Joey, depois de inúmeras indas e vindas com Dawson, acaba por cair nos braços de Pacey (Joshua Jackson) e perde sua virgindade numa romântica noite à luz da lareira.
Ela e Dawson ainda tentaram um romance, mas ela achou seu final feliz com o anti-herói Pacey. Algo bem diferente do que ocorreu com a outra mocinha de uma certa série...


"The O.C." teve uma vida intensa e breve. A série acompanhava a chegada de um jovem do subúrbio que havia sido adotado por uma família de grã-finos. A série ficou famosa por sua trilha sonora, pelas brigas em cada episódio e por trazer figuras paternas com uma ínfima diferença de idade para os "adolescentes".
Na série conhecemos a patricinha Marissa, vivida por Mischa Barton. Ela talvez tenha sido o ponto divisório entre as mocinhas da TV. Isso porque Marissa já perde a virgindade na primeira temporada. E tem uma overdose de medicamentos. Depois disso, ela ainda atirou no cunhado, se engajou num romance lésbico e usou cocaína. Talvez não por acaso, sua personagem teve um fim diverso das anteriores.
Assim como uma donzela dos romances românticos do século XIX, Marissa teve de enfrentar o castigo por seu comportamento desvairado. Ela morreu no último episódio da terceira temporada. Depois disso, é claro, a série só teve mais alguns episódios antes de ser cancelada.
Com isso, escritores, criadores e executivos entenderam que uma mocinha-problema era a grande pedida de uma série teen...

Em "Gossip Girl" não temos apenas uma mocinha-problema, mas várias. Em primeiro lugar, sua protagonista, Serena, já perdeu a virgindade faz tempo. Além disso, ela vive diversos conflitos devido a um passado tulmutuado, que inclui transar com o namorado da melhor amiga, bebedeiras homéricas e até mesmo induzir uma overdose num futuro noivo. Mas, novamente como nos romances românticos, Serena se redime ao encontrar o verdadeiro amor em Dan Humpfrey.

Talvez por isso, outra garota má tenha roubado a cena na série. Blair é mimada, egoísta e faz o que for preciso pra conseguir o que quer. Depois de levar um pé na bunda do namorado, ela protagonizou um streaptease numa casa noturna e perdeu a virgindade no banco traseiro de uma limosine, com o pulha da turma...

Com isso, é interessante ver qual caminho será seguido pela nova série "90210". Fica óbvio aqui que criatividade nunca foi pré-requisito em séries como esta; mas bons diálogos, boa trilha sonora e personagens carismáticos podem, sim, segurar a audiência.

Se você já viu os primeiro minutos de "90210", pode ter percebido uma colagem de velhos clichês. E, ao que parece, a trama não traz nada de novo, além de querer chocar seu público. Infelizmente, ela ainda não conta com a inovação de "Barrados no Baile", com diálogos como os de "Dawson´s Creek", com um Seth Cohen, de "The OC", ou com o glamour de "Gossip Girl".

Mas, alguém duvida de seu sucesso?