segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Irritando o telespectador


O canal por assinatura GNT é exemplo de boas produções nacionais, seja em teledramaturgia (visto o excelente seriado "Mothern"), debates (onde se destacam o "Manhatan Connection" e o "Saia Justa") ou entrevistas. Neste último, o dia de Domingo é onde se situam os principais exemplos do que fazer (ou não) num programa: trata-se do "Marília Gabriela Entrevista" e do "Irritando Fernanda Young".
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Enquanto Marília é tida como a melhor entrevistadora do país, por suas perguntas sagazes e por um tom quase intimidador com o entrevistado, Fernanda é criticada por se auto-valorizar e por ser uma escritora que se arrisca.
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Mas o fato é que, comparando os dois programas e suas âncoras, Fernanda sai, disparada, na frente. O propósito do IFY é irritar, tanto telespectador quanto entrevistado, mas o programa, ao longo de suas três temporadas, conseguiu acertar o formato. É um programa leve, metalingüístico mesmo. Fernanda faz perguntas que qualquer pessoa faria e traz seu humor ácido para a conversa em quadros como o "hipoteticamente falando", onde se indaga se o convidado preferiria ser cozinhado numa sauna ou tomar água até explodir...
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Já Gabi parece ter perdido o tom de suas entrevistas. Ela sempre se mostra íntima do entrevistado e, ela sim, parece se importar de mais consigo mesma. Suas perguntas, teoricamente intelectualizadas ou difíceis, servem para convidados destilarem sua vaga filosofia de vida. E, na marioria das vezes, suas opiniões pouco importam.
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Quando fala-se dobre psicoterapia, então, a entrevistadora parece estar ainda mais à vontade dfo que de costume. E lá se vão minutos preciosos onde se discorrem sobre tempo de terapia, questões abordadas no divã e mais initmidades inúteis...


Numa época em que a fama é conseguida por se aparecer de biquíni num BBB ou por fazer sexo na praia, o fato é que nós, telespectadores, não queremos saber se eles, os famosos, fazem terapia ou não. Queremos saber se eles prefeririam ter "uma bunda que apita ou um nariz que pisca". Quando não se tem nada a dizer, o humor non-sense e a ironia declarada são a melhor arma para se fazer um bom programa de TV.
Por isso, durma mais tarde no Domingo e se divirta com o IFY!

Um comentário:

André Mans disse...

Eu adoro as duas, mas o programa da Fernanda já cansou pois quando o convidado não é bom, fica uma catastrofe... e o Jô irrita ou não?

conhecendo aqui e adorando