quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Os Desafinados


"Os Desafinados", filme de Walter Lima Jr. é mais um dos eventos de comemoração À Bossa Nova. Nele, um grupo de jovens músicos tentar decolar suas carreiras ao viajarem para a big apple, onde encontram amores, amizades, dificuldades e diversão.
O filme tem muitas vantagens e alguns defeitos. Em primeiro lugar, trata-se de um longa sobre pessoas cujas vidas não saíram como elas planejaram; o que pode render um excelente filme ou nos entediar com louvor. A nova produção tupiniquim fica no meio do caminho...
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O filme é muito bem executado. Tomadas bucólicas do Rio de Janeiro na década de 60, belas imagens de Nova Iorque e alguns conceitos que funcionam muito bem. São exemplos as cenas onde a personagem de Cláudia Abreu se envolve com um dos músicos (vista pela fresta de uma porta) e onde ela se banha na fente da banda.
A personagem de Cláudia, Glória Baker, na verdade é o grande trunfo do filme. Seu envolvimento com Joaquim (Rodrigo Santoro) e o triângulo formado são o âmago e a segunda melhor coisa do filme, perdendo apenas para a trilha sonora.
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No lado negativo temos a opção do diretor por dublar a maioria das cenas externas e por mantes a voz jovem de Selton Mello quando seu personagem já passou dos 60 anos. Por alguns instantes, parece que estamos assistindo a um filme dos Trapalhões...
O triângulo amoroso formado por Joaquim, Glória e Lú também é pouco explorado. E, na verdade, poderia render mais se o diretor se arriscasse a mostrar o personagem de Ângleo Paes Leme, excelente, e a transformar esse triângulo num quarteto...
Por fim, tem-se o velho vício do cinema nacional: ou trata-se de um filme de crítica social ou de um filme histórico. Nesta última categoria, temos sempre jovens lutando contra a ditadura, pessoas escondidas, injustiças cometidas por milicos e todos os clichês que o gênero comporta.
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Resumindo, "Os Desafinados" começa muito bem. A primeira metade do filme realmente te empolga. Mas, se 30 minutos fossem cortados, talvez o espectador sairia mais satisfeito... O filme é como o gênero musical homenageado, a Bossa Nova. Escutar as primeiras músicas de um CD de Jobim ou João Gilberto é realmente delicioso; mas, lá pela faixa 15, você já se cansou do "badá-badá-badá" e reza por um Rock And Roll. Algo mais "Pow!", como diria o personagem de Selton Mello...

Um comentário:

Tony Martins disse...

Pelo que da pra perceber
o filme deve ser do caralho,
não vi mas to ansioso,
e em relação a suas ultimas frases, sinceramente, na segunda música, eu ja tava pondo pra tocar um Ac/dc.
hehehe
Fique com os Deuses do Rock and Roll.